sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Ascensão e queda da Alibaba: o que vem depois do precipício?


Bloomberg) - A Alibaba Group Holding Ltd. parecia infalível há um ano, quando realizou a maior abertura de capital já feita. Ela tinha total controle sobre o comércio eletrônico chinês, a economia estava crescendo e o consumo aumentava sem parar. As ações subiram 76 por cento em relação ao preço da abertura de capital em apenas dois meses.
Depois, tudo isso ruiu. A Alibaba entrou na linha de fogo de um órgão do governo, fechou acordos que desconcertaram os investidores e trocou de CEO quando o crescimento desacelerou. Ainda mais importante, a economia da China se tornou instável, o que comprometeu o aumento do consumo de que a Alibaba depende. As ações caíram, caíram e caíram, chegaram ao preço da abertura de capital e caíram ainda mais. A infalível falhou.
E agora? Os investidores que viram US$ 128 bilhões em valor de mercado desaparecerem até quarta-feira não devem esperar um alívio tão cedo. James Cordwell, da Atlantic Equities LLP, o analista mais bem classificado entre os que monitoram a ação, projeta que a desaceleração da economia chinesa vai enfraquecer o crescimento das transações de comércio eletrônico até pelo menos 2016. Os diversos acordos que a Alibaba negociou também vão demorar a render frutos.
"Todas as métricas operacionais parecem estar apontando para o lado errado", disse Cordwell, de Londres. Ele ficou em primeiro lugar nos rankings Bloomberg Absolute Return por suas projeções sobre a Alibaba e pelas recomendações que fez sobre a carteira que monitora. "Enquanto os investidores não sentirem que essa desaceleração já chegou ao fim, vai ser difícil para a ação".

Dólar sobe quase 2% e atinge R$ 3,958, 2º maior nível da história do real1

dólar comercial fechou com valorização de 1,96% nesta sexta-feira (18), a R$ 3,958 na venda. É o segundo maior valor atingido pelo dólar desde o início do real, sendo superado apenas pelo dia 10 de outubro de 2002, quando a moeda norte-americana encerrou na máxima histórica de R$ 3,99. 
Na véspera, o dólar já havia subido 1,25%. 
Com isso, o dólar acumula valorização de 2,09% na semana; é a quinta semana seguida de alta. 
No ano, a moeda já avançou 48,88%. Em 12 meses, a valorização é de 67,4% (há um ano, o dólar era vendido a R$ 2,365).
Nas casas de câmbio de São Paulo, o dólar já é vendido a R$ 4,40.

Cenário nacional

No Brasil, investidores continuavam preocupados com a viabilidade do ajuste das contas públicas brasileiras.
Na véspera, o PT avaliou como "positiva" a recriação da CPMF proposta pelo governo, ao mesmo tempo em que criticou a falta de diálogo ao definir as medidas.

Em 21 anos, real perde poder de compra, e nota de R$ 100 vale R$ 19,90


Nesta quarta-feira (1º), o Plano Real completa 21 anos.
Segundo o matemático financeiro José Dutra Vieira Sobrinho, a inflação acumulada de 1/7/1994 até 1°/7/2015, medida pelo IPCA, é de 402,4% (considerando um IPCA estimado em 0,7% em junho de 2015).
Em decorrência desse fato, a cédula de R$ 100 perdeu 80,1% do seu poder de compra desde o dia em que passou a circular.
Apesar de o valor de face da cédula indicar R$ 100, o poder de compra da nota atualmente é de apenas R$ 19,90.  "O valor da moeda foi reduzido a um quinto nesses 21 anos", diz Vieira Sobrinho.

Mesmo com desvalorização, real atingiu objetivos 

O matemático financeiro acredita que mesmo com essa desvalorização, o Plano Real tem sido uma vitória, pois a moeda ainda tem poder de compra.
Heron do Carmo, professor de Economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), concorda com a análise do matemático financeiro.
"O Plano Real tem sido um sucesso no sentido de controlar a hiperinflação. Para se ter uma ideia, apenas no primeiro trimestre de 1990, a inflação acumulada foi maior do que durante todo o Plano Real."
Segundo as contas do professor Vieira Sobrinho, entre janeiro e março de 1990, a inflação acumulada pelo IPCA, no trimestre, ficou em 437,02%, superior à inflação acumulada nos 21 anos do Plano Real, de 402,4%.
Entre as décadas de 80 e 90, o Brasil viveu uma época de hiperinflação. Segundo cálculos do matemático, no período de maio de 89 a abril de 90, a inflação foi de 6.821,3%, o que dá 42,3% ao mês, em média.
"Uma nota que tivesse um valor de face de 100 nessa época, em um ano valeria 1,44, ou seja, teria perdido 98,6% do seu valor", afirma o professor. "Em contrapartida, em 21 anos, o Real ainda preserva algum valor. Isso é uma vitória", diz.

Como se proteger da inflação?

Quem tem dinheiro para investir pode aplicar em investimentos que rendam inflação mais juros, protegendo o dinheiro dos efeitos da inflação. A poupança fazia esse papel até o ano passado, mas ela está rendendo abaixo da inflação. Ou seja, aplicar na poupança não protege o dinheiro. 
A alternativa podem ser títulos públicos, como papéis do Tesouro IPCA+, que pagam a inflação mais um percentual. Os especialistas também recomendam o Tesouro Selic.
Segundo economistas, um pouco de inflação pode ser saudável numa economia e é melhor do que a deflação (quando há queda generalizada de preços).

A superação é a arte de transformar as dores em aprendizados.

  O sucesso não está na perfeição, mas na habilidade de superar os desafios com coragem.